sexta-feira, 21 de agosto de 2009

In-formação

Parei para pensar que pensamos 24 horas por dia.
Mesmo se deitado e imerso no escuro, assim seria.
Penso agora nos dias de hoje: Rádios, celulares, televisão, computadores. Tanta tecnologia. É uma chuva de informações. Falo dessas que podemos interpretar. O que vemos...escutamos... Porque se falássemos de todos os dados que de fato recebemos teríamos um problemão.
Falemos, então.
“O ser humano usa apenas 10%, 15% (ou sei lá quanto) do cérebro” Isso é um fato. Quem sabe não perdemos o manual de instrução no caminho pra cá e agora estamos reaprendendo a pensar? O cérebro recebe e processa bilhões de bits em um instante, em todos os instantes. Nós, porém, só temos consciência de uma ínfima (mísera!) parte disso.
Assim, iniciamos uma corrida eterna atrás de dados frenéticos de todas as cores que chegam a cada mili-segundo para serem decifrados pelo cérebro. E não estamos nem perto de ter contato com todos eles. Inalcançáveis. Como se fossem pra ontem.
A gama do inconsciente parece gigante. Mas não posso falar, afinal, não o sei.
Numa conversa casual, estamos focados em quem nos fala. Ao mesmo tempo sabemos do vento, da luz, das buzinas, das coisas que estão passando na cabeça, como as memórias, os impulsos... Tomei um gole de café. Nem forte, nem fraco. Docinho, já morno. Molhei o buço, aqueci a boca. Ouvi a xícara voltar à mesa. Mesa que vibrou. De quanta coisa estou consciente. Ah! Estou escrevendo um texto, também sei disso. Mas será só isso que meu cérebro está fazendo nesse momento? Ah! Também sinto o ventilador. O escuto também. A luz. Um barulho lá dentro, fecharam uma janela. Me desculpem, dentro do consciente já me distraio tanto. O que faz, agora, o resto do meu cérebro ? Ele sabe do que estou ciente, do subconsciente, e também da inconsciência. Deus, quanta inteligência. Parece que engloba o eu e tudo o mais.
Então, o que somos nós?
somos o que temos em consciência? Ou somos também o que não sabemos?
Então não sabemos o que somos.
Nem o sábio sabe.
E fica tudo confuso. Sem fuso. Difuso.

Quem sou eu?

Sinto de verdade que falta algo nesse texto. Mas acho que falta, também, aqui dentro, na cachola. Na parte da consciência, que escreve.
Ou será que o inconsciente também vem pro papel?
Droga. Porque fui esquecer o manual lá no Céu?