sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Peixes Afogados

Já não sei por onde me guio
A verdade se distancia
O Pai virou Tio
E a Terra Mãe virou tia
Planeta no cio
Que sangra de noite e se coça de dia
Selva de concreto e fio
Onde mais vale um peixe na mão
Do que cem no rio

O banco empurra crédito
A farmácia cria vírus prum novo remédio
A TV e seu assédio
Menos terra e mais prédio
Novidades e agitos que só trazem tédio

Imersos na própria loucura
Sempre novas pragas rogam
Mania de autotortura
São como peixes que se afogam

E não se importam!
A raça se conforma, se encosta
E não mostra outra proposta como resposta
A essa bosta que nos é imposta

A solução tem que vir de dentro de você
Evolua para sobreviver
Feche os olhos para poder ver

E preste atenção no que sente
Camaleão dentro d’água não fica transparente
Se reinvente, reme contra a corrente

Pois o terreno é hostil
Nesse mundo de fogo e pavio
Exige força pra lutar
Por um lugar mais bondoso
Mas tá cheio de medroso
Que não cuida da terra, só tira o pé do chão
Aprendeu a voar pra fugir da questão
E se é indagado, diz que não e jura...
Esse sim é um doente sem cura
Criou asa
E se tornou um pássaro com medo de altura!

Como Gritos de Feira

Está aceso o pavio
E ninguém vai soprar
A contagem se abriu
E não sabem qual fio cortar
O barraco ta armado
E se chutar o pau da barraca
Abacaxis e pepinos vão rolar

Ao ver intenções divergirem
O distúrbio começa
Se apressa e estressa
E permite que pirem

Quando as forças convergem
Sem nenhuma barreira
Como em gritos de feira
Sentidos se perdem

E quando se perde o sentido
O nada é tudo e o tudo é um só
Explosão em vidro
Faz de tudo pó

Mas como tudo nessa vida
O fogo não é permanente
Vira lição aprendida
Depois do momento quente

Aos poucos se muda o tom de voz
O fogo perde para a água.
Que como um rio em sua foz
Vai dando cabo à mágoa

E de luz abre-se um feixe
Aí dá pra respirar
Dane-se o preço do peixe
Põe na sacola que eu vou levar

Bom Momento

Alguns momentos são iluminados, entretanto são fugazes. Como Raios. Possibilidades vindas de uma dimensão inalcançável, mas que chegam para me cumprimentar. São perceptíveis, mas não posso tocar. Como nuvens. E querendo desfrutar, busco encontrar alguma tensão superficial, querendo algum atrito ou qualquer outra força para me prender de vez a esse lugar tão agradável que tenho no meu pensamento. Mas esses momentos são passageiros e meu foco vai além. Então nessa viagem lunática me faço fugaz também. Pois meus pensamentos vão e vêm.
É mente aberta
De verdade
Milhões de pensamentos
Numa onda que invade

E não sai
A maré não vaza
E quando a ficha cai
Parece que caiu a casa

Mas restam de pé todos pilares
E o concreto que a embasa
Nada voa pelos ares
Se a estrutura não é rasa

É profunda
Por doutrina reta
E não corcunda
Sim, essa é a meta
E não confunda papo reto
Com piada de Bussunda

E a retidão do pensamento
Continua de pé,
Alcançando o firmamento
Com a mistura de razão e fé
Que sempre foram uma só
Só não sabe quem não quer

E a gente nesse meio
Tendo em vista um produto qualquer
Coca-cola e mulher
Com medo de ser feio
Sabendo que não é

Pois bem, nesse ponto
Deixe que a luz desça
E que abra a sua cabeça
Pra fora desse mundo tonto

Momento de ponte
Com alguma outra fonte
Num novo horizonte
Infinito em quanto dura
Jornada mais pura
Não queira que eu conte

A Inspiração é fugaz e não demora
Mas revigora
Existe um mundo lá fora
Mas, então, volto, por ora.
Maior e mais sagaz agora

São as idéias e o pensamento
De 1 a 100 como o vento
O rápido se confunde com o lento
Quando o fora na verdade é aqui dentro

A inspiração é um grande momento.